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terça-feira, 21 de agosto de 2012

Ideb

Educação

Ideb: educação fundamental avança; ensino médio não

Para Mercadante, currículo ultrapassado, repetências e ensino noturno explicam desempenho ruim no ensino médio
Publicado em 14/08/2012, 20:10
Última atualização em 15/08/2012, 09:20
Ideb: educação fundamental avança; ensino médio não
Para atacar o problema pela raiz, Mercadante defende escola integral e ressalta a importância do Pronatec (Foto: Marcello Casal Jr. Agência Brasil)
São Paulo – O Ministério da Educação divulgou hoje (14) as médias do Indice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2011, que articulam os dados do desempenho dos estudantes em provas com as taxas de aprovação na rede de ensino. Em comparação a 2009 – a avaliação é realizada a cada dois anos –, houve avanços no ensino fundamental. Os estudantes das séries iniciais (1° ao 5° ano) passaram de 4,6 para 5,0; os das séries finais (6º ao 9° ano), de 4,0 para 4,1.
No ensino médio, apesar da evolução tímida da média nacional (de 3,6 para 3,7), os alunos não conseguiram superar a meta estipulada para este nível de ensino em 2011. Houve piora em dez estados e em vários outros a meta não foi atingida. Outro indicador negativo é que as taxas de aprovação também ficaram estáveis, bem como as notas em matemática e língua portuguesa. O destaque ficou com o estado do Ceará, o melhor entre os nordestinos, que atingiu as metas nas séries iniciais, finais e do ensino médio.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, atribui o avanço no ensino fundamental a medidas pedagógicas, como aulas de reforço, que as escolas introduziram a partir de 2005, primeiro ano em que o Ideb foi realizado. Já o ensino médio, segundo ele, "constitui um enorme desafio do sistema educacional, que merece ser olhado com atenção". A justificativa, segundo ele, é o atual contexto desse segmento, com organização curricular desatualizada, composta por oito disciplinas obrigatórias. “Em algumas escolas o estudante chega a ter 13 matérias para estudar. É uma grande sobrecarga. Não dá para focar os estudos nas matérias principais”, disse.
Para completar, segundo o ministro, o ensino médio geralmente é oferecido à noite; os alunos, em sua maioria, trabalham o dia todo e muitos têm histórico de repetências no ensino fundamental, chegando atrasado e com defasagem na aprendizagem. Mercadante acredita que o Pronatec, programa federal que visa democratizar o acesso ao ensino técnico e profissional, deverá ajudar a melhorar a qualidade do ensino. Mas, para atacar o problema na raiz, ele defende a escola em tempo integral. “Todos os indicadores mostram o desempenho acima da média daqueles que passam o dia todo estudando.”
O ministro rebateu a ideia de que os índices do Ideb seriam mais baixos caso as escolas particulares não participassem. Segundo ele, a amostra de privadas é muito pequeno, sendo que 90% do ensino fundamental no Brasil é oferecido por prefeituras e estados. Ainda segundo ele, as escolas públicas evoluíram 8,5% a mais que as particulares e em nenhuma região o ensino pago atingiu a meta. “Muitas escolas públicas já atingiram até as metas para 2022. Vamos nos inspirar em trabalhos como esses".
Os resultados por escola estarão disponíveis na página do MEC amanhã.

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