Pesquisar este blog

domingo, 13 de novembro de 2011

Os organizadores do protesto contra o Enem: Heitor Leon, Breno Avelheneda, Caio César Oliveira e Raphael Noronha
RIO - Cansados de problemas e brigas judiciais envolvendo o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2011, quatro amigos do Rio de Janeiro organizaram, via Facebook, uma manifestação contra a prova neste domingo, a partir das 10h, na Praia de Copacabana (em frente ao hotel Copacabana Palace). Na página do evento na rede social, os vestibulandos reclamam do que consideram falta de respeito do Ministério da Educação (MEC) com os estudantes e pedem a volta da seleção própria das universidades.

A passeata foi marcada logo após a notícia do vazamento de questões do exame para alunos do Colégio Christus, em Fortaleza, e outras estão marcadas para o mesmo dia e hora em São Paulo e Porto Alegre. No entanto, a edição carioca é a que promete reunir o maior número de pessoas: até a noite de sexta-feira, cerca de 8 mil já tinham confirmado presença.
Um dos organizadores, Raphael Noronha, de 18 anos, aluno do curso Ponto de Ensino, na Tijuca, reconhece que a mobilização on-line não significa participação real, mas está otimista e não acredita em "revolução de sofá".
— A nossa perspectiva é que pelo menos metade das pessoas que confirmaram, apareçam. Mas o problema não é só agora, há um histórico de equívocos e o MEC não consegue aplicar uma prova como essa em todo o Brasil ao mesmo tempo sem haver erros — afirma Raphael.
A nossa perspectiva é que pelo menos metade das pessoas que confirmaram, apareçam.
Os rapazes não temem ter o mesmo fim de outros movimentos que surgiram logo após problemas no Enem em anos passados, como a Nove e o Mova-se, e que sumiram do mapa após poucos meses. Para Heitor Leon, de 17 anos, e estudante da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fiocruz, o mais importante é chamar atenção para o que vem acontecendo. Raphael concorda e ainda critica a complacência de entidades como a UNE e a Ubes.
— Esses grupos vão contra a própria história e ficam alinhados com o governo, não com os estudantes. São financiadas pelo Estado e não têm autonomia para questionar o que está errado.
Outra crítica do grupo é em relação ao formato da prova. Afinal, são dois dias seguidos de avaliação, que somam dez horas e 180 questões, além de uma redação. Para eles, o Enem nivela por baixo os candidatos, por não ser uma prova muito exigente nem cobrar conteúdos específicos de acordo com o curso escolhido, o que ocorria nos vestibulares tradicionais.
Apesar do MEC não mostrar nenhuma disposição em rever esses pontos, amplamente criticados por todos os estudantes, os rapazes mantém a fé de que a batalha de domingo é mais um passo em direção a uma seleção mais justa para o ingresso no ensino superior.

Nenhum comentário:

Postar um comentário