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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Greve

GREVE EM 7 MIL AGÊNCIAS

Fazer depósitos está mais difícil

para consumidor

20.09.2012
Nas agências paradas por conta da greve, a operação de depósito na maioria das vezes não pode ser realizada
Quem precisou realizar depósitos nos caixas eletrônicos dos bancos no segundo dia de greve teve dificuldades. Para que a operação seja processada é necessário confirmação e autenticação dos valores, serviço que está indisponível no momento na maioria das agências do Estado que aderiram ao movimento. Consulta de saldos, retirada de extratos e saques continuam acessíveis.

Consulta de saldo, retirada de extratos e saques continuam sendo realizados Foto: Natasha Mota

Ao todo, o Ceará possui 484 agências, das quais 297 delas estão em greve, segundo levantamento do Sindicato dos Bancários do Ceará, o Seeb/CE. O número corresponde a 58,35% do total de unidades.

Ontem, o representante comercial William Pascoal, 49, percorreu três agências da Caixa Econômica Federal, em Fortaleza, na esperança de realizar um depósito por envelope. "Não tem a função disponível no caixa. Só é possível sacar dinheiro e tirar o extrato", lamentou. As casas lotéricas recebem depósitos em dinheiro de até R$ 1 mil em contas da Caixa.

Para o técnico de segurança Ricardo Leite, 48, a greve dificulta, principalmente, a realização dos pagamentos de valores mais altos. "Próxima semana vou ter que pagar R$ 3.800. Vou ter que realizar saques de três contas diferentes - duas minhas e uma da minha esposa, por conta do valor máximo permitido nos caixas, para pagar depois em uma farmácia que recebe. É um risco sair com tanto dinheiro", disse.

Abastecimento garantido

Sobre o abastecimento dos caixas eletrônicos ao longo do período que durar a greve, o presidente da Associação dos Bancos do Ceará (Abance), Francisco José Mateus, garantiu que não há risco de acontecer falta de dinheiro. De acordo com ele, os bancos têm o controle de cada uma das máquinas e, tão logo falte notas, manda abastecer.

Mateus explicou que o abastecimento é feito diretamente por empresas de transporte de valores, as quais pegam os malotes em unidades de reserva ou do Banco Central. "E os grandes varejistas, como Banco do Brasil e Bradesco, que movimentam muito dinheiro, têm menos dependência do BC". Ele ainda informou que, em algumas agências, o abastecimento dos caixas é feito por funcionários como o gerente ou o tesoureiro, os quais permanecem em atividade.

Quem utiliza meios alternativos, consegue manter certa autonomia. Segundo o advogado Plínio Magalhães, 28, até agora a paralisação não prejudicou suas operações. "Resolvo tudo por caixas eletrônicos e pela internet". Imprimindo os próprios cheques no autoatendimento, ele disse que, enquanto os caixas estiverem funcionando, acredita que não será afetado.

Itaú

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) encaminhou ontem comunicado de repúdio contra o fechamento de caixas eletrônicos no espaço de autoatendimento pelo Banco Itaú. Segundo o informativo, o fechamento ocorreu em várias cidades do País. Contudo, o presidente do Seeb/CE, Carlos Eduardo Bezerra, afirmou que, no Estado, não soube de casos em que o serviço foi limitado. Por meio da assessoria, o banco afirmou que "respeita o direito à greve e esclarece que mantém canais de atendimento".

Confusão
Um cliente insatisfeito com a greve da categoria agrediu um dos apoiadores dos bancários na manhã de ontem, na agência do Bradesco da Avenida Washington Soares, em Fortaleza. A identidade do agredido foi preservada pela diretoria do movimento.

Segundo contou o presidente do sindicato, Carlos Eduardo Bezerra, e a equipe do Ronda do Quarteirão que atendeu a ocorrência, o cliente não se conformou em não ser atendido e, depois de ser impedido de entrar na parte da agência que abriga os guichês, deu um soco no apoiador da greve.


ARMANDO DE OLIVEIRA LIMA/GABRIELA RAMOSREPÓRTERES


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